Comunidades Quilombolas
Comunidade Quilombola Vão de Almas
Em meio a serras de difícil acesso no interior do nordeste goiano, localiza-se o vilarejo da Comunidade Kalunga do Vão de Almas. A comunidade fica 370 km ao nordeste de Brasília. Trata-se de uma das áreas habitadas de Cerrado mais preservadas em Goiás, uma vila repleta de casinhas de tijolos de adobe, telhado de palha e chão de terra batida.
Hoje, a comunidade tem aproximadamente 215 famílias, cerca de 1.075 pessoas e ocupa o maior quilombo em extensão territorial do Brasil.
A comunidade produz quase toda sua alimentação e tem uma economia baseada na troca, não no trabalho assalariado e compra de produtos. Tudo começa pela plantação das roças, grande parte da população Kalunga vive da agricultura de subsistência, com a plantação de pequenas áreas, sem utilização de maquinas ou insumos químicos. Ainda a criação de bovinos, suínos e aves, o extrativismo de frutos do cerrado, e o cultivo de frutas e verduras nas hortas e pomares.
As manifestações culturais Kalungas são representadas pelas rezas, folias e festas, que foram transmitidas de geração a geração pelos seus ancestrais, por meio da oralidade que se mantém ainda hoje no povoado. A festa tradicional mais conhecida na região do Vão de Almas, acontece no dia 13 à 15 de agosto – Romaria do Vão de Almas com missas, batizados, casamento, forró e folia.
Fonte:
Versilene, Dias Kalunga. O direito Alimentar Cultural Quilombola: O Exemplo Kalunga. Disponível em < https://www.escavador.com/sobre/7212139/vercilene-francisco-dias. Acesso em 09 de julho de 2020.
Movimento Regional Porlatierra. Características demográficas y culturales de la población. Disponível em: <https://porlatierra.org/casos/67/caracteristicas > .Acesso em 09 de julho de 2020.
National Geographic. Esta comunidade quilombola resiste isolada no coração do Cerrado há quase 300 anos. Disponível em < https://www.nationalgeographicbrasil.com/photography/2018/09/esta-comunidade-quilombola-resiste-isolada-no-coracao-do-cerrado-ha-quase-300?image=DSC_7585 Acesso em 09 de julho de 2020.
Associação de Guias do Quilombo Kalunga. Festas Culturais e Tradições. Disponível em < http://guiakalunga.org.br/turismo/atrativos-turisticos/ Acesso em 09 de julho de 2020.
Comunidade Quilombola Engenho II
Há 27 km do munícipio de Cavalcante, é situado a área Kalunga Engenho II, que abriga uma cultura e identidade própria, com origem africana, seguidos de uma forte influência do catolicismo tradicional.
A região do Engenho permanece praticamente intacta, bem preservada e com enorme riqueza natural, lindas cachoeiras como a Capivara e a Santa Bárbara, são famosas por sua belíssima cor azul, fora do comum.
Atualmente vivem na comunidade Engenho II: 125 famílias, totalizando 625 pessoas.
No povoado, a maioria dos moradores procuram assistência médica em Cavalcante, onde as estradas que dão são de chão de terra batido, ficando muitas delas inutilizáveis em períodos de chuva forte, deixando-os completamente isolados por vários dias.
Na maior parte das comunidades, o acesso somente é possível com veículos com tração nas quatro rodas. Todavia, há também o tratamento médico no povoado com o uso das plantas medicinais.
No entanto, ao que se refere às questões de infraestrutura, a comunidade ainda necessita de telefone público, asfalto, iluminação adequada (apenas 5% da população Kalunga que vive em área rural tem acesso a eletricidade.) e serviços de saúde.
No período das secas, as famílias precisam percorrer distâncias superiores a 6 km para ter acesso a água, onde 58,3% não possuem banheiro e 62% não possuem água encanada.
Fonte:
O TERRITÓRIO KALUNGA DA COMUNIDADE ENGENHO II: perspectiva histórica e análise geográfica por meio de trabalho de campo.
SOUZA, Vilmar. A Luta pelo território: histórias e memórias do povo Kalunga / Vilmar Souza Costa. – Universidade de Brasília; Licenciatura em Educação do Campo, 2013. 75p.
ALMEIDA, Maria Geralda de. O território e a comunidade Kalunga: Quilombolas em diversos olhares / Maria Geralda de Almeida – Universidade Federal de Goiás, 2015. 329p.
Turismo na chapada https://chapadadosveadeiros.eco.br/povoado-do-engenho-kalunga
Comunidade Quilombola Vó Rita
Na transição que a comunidade ainda vivencia, são os mais velhos que contam as histórias de Rita Felizarda de Jesus, que nasceu em 1909, neta de escravizados que deram origem ao quilombo. Vó Rita teria chegado a Goiás com a família vinda da Bahia a pé, depois de uma previsão, surgida à época, de que o mundo acabaria e que o primeiro local a ser atingido seria onde moravam antes.
No quilombo, Vó Rita teve 11 filhos que criou com o emprego em uma fábrica de farinha na cidade e lavando roupa para fora. As filhas a ajudavam no trabalho doméstico e na fábrica, os filhos plantavam arroz, mandioca, milho e outros produtos que compartilhavam com a comunidade. Tradições como os bailes, cantigas e rezas são legados que os mais velhos ainda contam.
Na comunidade existem de cerca de 200 pessoas; 50 são idosos. O posto de posto de saúde mais próximo, porém, fica a 35 minutos andando a pé e não há hospital para uma consulta ou atendimento especializado na região.
Fontes:
BLOG MULHERIAS
Repórter: Flávia Martinelli
“Nossos idosos são nossa memória”: o medo da covid-19 nos quilombos”
Link da entrevista: https://mulherias.blogosfera.uol.com.br/2020/04/03/nossos-idosos-sao-nossa-memoria-o-medo-da-covid-19-nos-quilombos/
Comunidade Quilombola Vão do Moleque
Slow Food Brasil: Agricultores do Quilombo Vão do Moleque:
G1: Após 20 anos de espera, Comunidade Quilombola tem acesso à energia elétrica:
Comunidade Quilombola Vão do Moleque
A Comunidade Quilombola Vão do Moleque é situada em meio a vales em uma região montanhosa, lugar de difícil acesso, no nordeste de Goiás no município de Cavalcante.
Somente este ano, no mês de julho, é que o povoado Vão do Moleque, passou a ter acesso à energia elétrica em casa, após 20 anos de espera.
Moradores relataram que parte da estrutura necessária para o fornecimento, como os padrões que ligam a energia aos imóveis, foi instalada há muitos anos e depois as equipes não concluíram o serviço. Até o momento, 70 famílias foram beneficiadas e receberam também um kit com duas tomadas e duas lâmpadas para usarem em casa. Nos próximos três meses, de acordo com o governo estadual, mais 70 kits serão instalados, totalizando 140 novas unidades consumidoras.
Os moradores do Vão do Moleque vivem basicamente da agricultura de subsistência, da pecuária, da caça, pesca e do extrativismo vegetal. Eles produzem arroz, feijão, mandioca, milho, abóbora, quiabo, jiló, maxixe e outros. Grande parte dos moradores da comunidade recebe algum benefício do Governo Federal, alguns são aposentados, outros recebem bolsa família e há também funcionários públicos municipais, a exemplo dos professores, merendeiros, faxineiros e agentes comunitários de saúde.
A Comunidade produz os alimentos em sistema agrícola tradicional, sem uso de adubos ou agrotóxicos. A maior parte dos produtos entre os agricultores é semelhante, pois possuem ligações de parentesco e de convivência por meio dos festejos e de trocas de produtos. Não existe agroindústria. Todos os produtos do Vão do Moleque são produzidos nas casas dos agricultores, tanto pelas mulheres como pelos homens.
No Kalunga do Vão do Moleque fazer a Romaria é não deixar a tradição cultural morrer. Esta festividade faz parte do modo de viver de cada componente da comunidade, como a Romaria do Vão do Moleque. Uma herança africana transmitida de gerações a gerações, sendo resinificada a cada ano, trazendo consigo a identidade e cultura de um povo.
Comunidade São Domingos
A Comunidade Quilombola de São Domingos, situa-se na região Nordeste, há aproximadamente 58 quilômetros do Munícipio de Cavalcante Goiás, que engloba cerca de 150 famílias; totalizando 720 pessoas, cerca de aproximadamente 400 pessoas não têm acesso à infraestrutura básica. O local não possui energia elétrica e a falta de água inviabiliza o acesso a recursos essenciais como simples banheiros nas residências.
Fonte:
Comunidade Quilombola Povoado Levantado
A Comunidade Quilombola Povoado Levantado, é localizada em Iaciara (GO), uma pequena cidade no interior do nordeste goiano, à 314 quilômetros de Brasília (DF), onde residem aproximadamente 42 famílias e uma população aproximada de 145 pessoas.
O pequeno povoado vem passando por um processo de (in)visibilidade social a décadas, pois há uma enorme ausência de políticas públicas para a população, principalmente para as mulheres negras que moram no espaço rural.
Como devem ser pensadas as políticas públicas destinadas às famílias que vivem no espaço rural?
De acordo com matérias lidas, já houve cursos de artesanatos (costura e bordado) na Cidade de Iaciara, mas infelizmente não tem alcance, tudo isto não chega até as mulheres e jovens das comunidades quilombolas no meio rural. Este é um contexto reflexivo que precisa ser analisado, tratando-se de famílias que continuam em situação de vulnerabilidade social. É urgente a legislação ou regulamentação local que estabeleça direitos e responsabilidades sociais e culturais com a cidade, especificamente nas comunidades quilombolas locais.
Fonte:
https://culturaquilombolaextrema.wordpress.com
Comunidade Quilombola Bacu-pari
O povoado Quilombola Bacupari, localizado a 17 quilômetros de Posse, no Nordeste goiano, com aproximadamente 500 pessoas, total de sessenta famílias, enfrentam diariamente o drama de sobreviver em condições que insalubres, com a falta de políticas públicas e saneamento básico na região.
A Comunidade enfrenta a meses dificuldades com a falta de água para necessidades básicas por falta de abastecimento na região, vem dificultando a vida da comunidade que vive da agricultura familiar. Dessa forma, os moradores estão tendo que buscar água a 3 quilômetros de distância no Rio Prata que corta o munícipio. “Sabemos que o rio está contaminado com esgoto, mas com essa sequidão, é a única solução de vida” diz Rone Pereira Ramos, líder comunitário. O que vem provocando doenças de visão e na pele das crianças e adultos da comunidade.
Fonte: